sábado, 1 de novembro de 2014

Meus saxofones


 Como tudo começou... 

Bem hoje vou mostrar os meus saxofones (os que estão ativos) pois existem outros que não estão "padronizados" do jeito que eu gosto e precisam ser levados para meu Luthier de confiança, para que ele deixe-os prontos como eram nos seus tempos áureos. Todos seguem um padrão de condição que devem estar, e eu sinceramente sou bem chato e detalhista com relação isso. Vamos lá, começando pelas condições do corpo do instrumento,  sempre procuro deixar o mais limpo possível internamente, sem aquela camada nojenta de zinabre, sempre fica um pouco, é difícil dar fim nelas, para evita-las sempre seco o sax por dentro com uma espécie de escova felpuda, já usei uma espécie de flanela com um cordão, seco bem ele sempre com as chaves apertadas, para que o conjunto sapatilhamento e ressonadores também sejam secos. Outra coisa MUITO importante que todos devem aprender, NUNCA deixe essa escova ou flanela dentro do seu instrumento. Pois não adianta nada secar por dentro e deixar a escova toda molhada dentro do instrumento, alias me arrisco dizer que é pior do que não secar. Basta imaginar se você pega um copo recém lavado e deixa escorrendo, em um tempo ele vai secar, talvez fique com algumas manchas, mas secará, agora se colocar uma pano molhado dentro dele e deixar, certamente depois do mesmo período de tempo ao se retirar o pano ele ainda estará molhado. Pensem nisso...Falando em sapatilhamento e ressonadores, todos os meus saxofones eu deixo com sapatilhamento na cor preto com ressonadores de aço inox. A questão do material dos ressonadores somente influi na durabilidade, o que influi no som é o formato deles e não o material. As molas e os calços sempre em bom estado, o conjunto é sempre umas das prioridades, não curto aquele barulho de chave batendo no corpo do instrumento, e nem molas fracas, o sax precisa ter uma resposta rápida. Vocês verão as fotos e irão se perguntar como alguém que se diz chato e detalhista deixa os instrumentos com este aspecto visual ? A resposta é que eu sempre deixo o mais perto do original possível, só intervenho (e fiz isso em 2 deles) no banho do instrumento quando já está muito deteriorado, deteriorado quer dizer com zinabre por todo lado, se ele estiver limpo e desplacando naturalmente deixo ele desplacar sozinho com o tempo, quem coleciona coisas antigas sempre dá valor ao estado original, se ja foi rebanhado fica dificil de saber o real motivo dessa intervenção, o sax amassou? foi soldado ? foi apenas estético ? fica difícil de saber, se foi desplacado, o sax está ali e qualquer coisa vai estar visível, fácil de ver.
  

Sax Alto Weril Spectra I A921


Vamos ao primeiro: Este foi o meu primeiro sax, ganhei ele dos meus pais quando comecei aprender música, foi comprado zero, e eu sou o único dono dele. É um alto Weril Spectra I. Este sax possui diversas caracteristicas técnicas que eu pretendo discutir elas no futuro. Ele era originalmente banhado a níquel, mas eu na minha busca por melhorar seu timbre mandei desplacar, a ultima vez que ele foi revisado faz uns 4 ou 5 anos, e até hoje ele não apresenta nenhum vazamento, essa durabilidade foi que fez continuar com este luthier até hoje. Vocês irão ver que alguns dos meus saxofones tem 2 tudels, e isso vou abordar futuramente.


 

Sax Alto Selmer Mark VII


Fiquei com esse sax por uns 12 anos, nesses 12 anos eu tocava ele sempre pensando em quando eu iria poder comprar meu tão sonhado Selmer. O tempo passou, e depois de concluir os estudos e me estabelecer profissionalmente, comecei a levantar lentamente o $$$$ para comprar um sax melhor. Quando já tinha uma valor considerável, comecei a procurar um bom sax para comprar, fiquei uns 3 meses procurando, até que depois de inúmeras tentativas, consegui comprar um Selmer MK VII. Este sax mesmo sendo de 1976 (Serial M 276XXX), é tão macio, muito bem feito, a lata é mais grossa. O banho ainda é o original, é uma obra de arte.


 

Sax Alto Conn PanAmerican


A partir desse sax comecei a me interessar em pesquisar e possuir mais outros saxofones, então me veio este Conn Pan American. Ele já chegou com banho refeito, porém não encontrei nenhum vestígio de amassado ou soldas. Serial 620XXX, diz que ele é de 1956, no inicio pensei que tinha feito uma besteira, pois o som não me agradava, não tinha vida, foi que então sem querer coloquei minha Beechler Bellite 9, e o som literalmente se transformou, ficou muito bom, vivo e quente, som característico da escola americana. Eu também estava sendo injusto, pois eu comparava com o som do Selmer, que literalmente é um "Best All Round", que se dá bem com qualquer boquilha. Esse Conn me ensinou que alguns saxofones se dão bem com algumas boquilhas específicas, então antes de xingar seu instrumento ou dizer que tal instrumento é ruim tenha certeza de ter testado com pelo menos 5~7 boquilhas diferentes.






Sax Alto Vito Duke Special Perfect


Depois desse Conn, adquiri um Vito "made in France", na época eu apenas tomei o cuidado de saber que os que tem estampado "made in France" são stencils Beaugnier, eu nem se quer me alertei sobre o modelo, eu sabia que os Vitos Franceses eram otimos, um amigo meu tem um semelhante e o som era muito bom, parecia algo com Super Balanced Action, som típico da escola francesa. Porém o meu era diferente do dele, as chaves do G#, C#, B, e Bb graves, tinham uma orientação diferente, era parecido com o padrão Conn Naked Lady. Os furos da campana seguiam a mesma orientação do Vito dele, a única coisa que mudava era o acionamento dessas chaves. Então um dia estava eu no google imagens pesquisando sobre a Beaugnier e sem querem vi um sax muito, mas muito semelhante ao meu, era um Beaugnier Special Perfect. Vi nos foruns gringos muitos elogios sobre esse sax, que ele tem uma excelente entonação e timbre caracteristico da escola francesa, isso somente reforçou a teoria que os Vitos "made in france" são stencils da Beaugnier.






Sax Soprano Weril Spectra II A976


Depois que descobri esse Vito, comprei um outro vito, mas ele não era um "made in France", era um Kenosha - USA, fiquei com ele pouco tempo, pois me surgiu uma oportunidade para trocar ele, em um soprano Weril Spectra custom by Ivan Meyer, como eu estava cheio de altos e não possuia nenhum soprano ou tenor, resolvi trocar. Ele ja estava desplacado, e possuia varios engravings nas chaves e no corpo, acredito que foram feitos pelo proprio Ivan Meyer. Recentemente adquiri uma dukoff D8, e ficou muito bom, minha experiencia com Weril Spectra é que se dão bem com boquilhas com boa abertura e bastante brilho.


 

Sax Tenor Bel Air stencil Julius Keilwerth Tone King


Depois desse soprano, resolvi que eu precisava ter um tenor, entre minhas buscas esperando algo bom aparecer, me surgiu esse tenor Bel Air. Eu sabia que Bel Air, era um modelo da Dolnet, porém as caracteristicas não batiam, ele se parecia mais com um Keilwerth Tone King, então fui juntando os pedaços de informações e descobri que este sax era na verdade uma especie de stencil Keilwerth Tone King. Estava muito debilitado, com zinabre em todo o corpo e campana, estava guardado acredito que à uns 20 ou 30 anos sem tocar, não tive escolha e tive que desplacar para dar fim no maldito zinabre, aproveitei e troquei as molas, sapatilhamento, tudo novo. O Sax tem um timbre escuro, muita projeção, me assustei ao medir o diametro de encaixe do tudel, era de 28mm, 0,5 maior que o do Selmer MK VI. Recentemente vi um vídeo em que o Saxofonista Rodrigo Bento, comparava  um Amati Tone King com seu Selmer MK VI, o trimbre do Tone King era bem parecido com o do Selmer segundo ele.




Fora esses ainda tenho mais 4 saxofones, porém não vou mostrar eles, pois não estão revisados e prontos, vou manda-los de uma vez só, até para conseguir um desconto hehehe. Agora vocês sabem porque me chamam de Barão do Sax, além de ter 10 saxofones, cada um deles tem uma historia, e são todos raros e difíceis de encontrar. Quando eu enviar os outros para o Luthier e receber ele novamente vou fazer um post atualizando. Sobre qual assunto será o próximo post ? deixe um comentário, pode ser anônimo ou não.

11 comentários:

  1. Barão, faltou dizer o nome do Luthier, RS...

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  2. Olá Barão bom dia, seu site é de muita valia e muito instrutivo no mundo dos saxofones, aqui achei informações que não achei na net inteira, ( quase inteira , hehehe). 3 perguntas...Porque parou com as postagens?...e Vc prefere se manter incógnito?...tem mais algum lugar onde posta suas vivencias e informações. Abraço e parabéns

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    1. Falta de tempo. Pretendo voltar, mas somente quando conseguir entregar um conteúdo de qualidade.

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  3. Olá Barão! Gostaria de saber sua opinião sobre o saxofone alto weril spectra? Usei ele durante 1 ano e gostei muito e estou pensando em comprar um, mas vejo muita gente falar mal, não sou profissional, por isso gostaria de sua opinião. Obrigado!

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    1. não recomendo, da para pegar algo melhor na mesma faixa de preço.

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  4. Bom dia Barão! Pretendo adquirir um sax tenor mediano para começar a aprender e tocar na Igreja. Qual você indicaria?

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  5. Sou fan do SAX TENOR. Parabéns!

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  6. Olá Barão, tenho um Alto Buescher - Série 400 - Top Hat Cane. Vendendo por preço atrativo, se tiver interesse me avise( Insta : dony.sax ! Abs ! Parabéns pelo blog !

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